quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gênero literário e não literário

Unidade 10 Trabalhando com gêneros textuais

Atividade 1 TP3

Gênero literário e não-literário página 58


Profissão de fé Olavo Bilac

[...]
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

[...]

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

[...]

O poema transcrito acima é um fragmento de Profissão de fé de Olavo Bilac cujos versos possuem rimas tradicionais. Comparando-o com o trecho de José, concluímos que as rimas desse poema não são clássicas porque não há preocupação com a forma, com a ‘arte só pela arte’, com o purismo e o preciosismo lexical, em que a obra é vista como resultado do esforço do artista. Embora o trecho do segundo poema não tenha o padrão clássico de rimas poéticas, ele pode ser considerado poético pela disposição das palavras em versos, pelo jogo de sentidos que a linguagem desempenha no poema, pelo ritmo marcante das interrogações que levam o leitor a refletir e questionar o beco sem saída que o homem se encontra no mundo.
Não é comum encontrar em textos escritos as repetições usadas nesse poema. Ao utilizá-las, o autor trouxe para a sua obra suas indagações sobre o estar no mundo, a falta de saída, a ausência de sentido que a Modernidade traz. O nome simples e comum José, pode ser confundido com qualquer outra pessoa que continua sua caminhada.

Um comentário: