domingo, 26 de julho de 2009

Encontro Álvaro Ottoni

Fotos do encontro com o escritor Álvaro Ottoni, em Cataguases no Instituto Francisca Peixoto, 26/6/2009.



quarta-feira, 22 de julho de 2009

Relações lógicas no texto

UNIDADE 20 RELAÇÕES LÓGICAS NO TEXTO

ATIVIDADE 10 PÁGINA 201-202 TP5

AMBIGUIDADE _Você pode me dizer se o professor gosta de laranjas?
_Não.


Nessa atividade vamos observar que a ambiguidade deixa subentendida mais de uma informação, quando não se indica qual das possibilidades de interpretação deve ser excluída. No texto, os dois fatos que podem estar sendo negados são: (1º) o fato de o professor gostar de laranjas; (2º) o fato de não saber algo. Deduz-se que o objetivo da pergunta é saber se o professor gosta de laranjas. Para evitar a ambiguidade a pergunta deveria ser reformulada: O professor gosta de laranjas? E logo após, a resposta deveria ser dada assim: Não sei dizer se ele gosta de laranjas. Com esses cuidados, pode-se evitar duplos sentidos em perguntas e respostas e impedir mal-entendidos numa interlocução.

Coerência Textual

UNIDADE 18 COERÊNCIA TEXTUAL

PÁGINA 89-90 ATIVIDADE 10 TP5

(Eco significa casa. Adivinha agora em que lugar você pode começar a colocar em prática sua consciência ecológica.) Correio Braziliense, 05/06/03.

A palavra “casa” no texto verbal no pé da página desse anúncio refere-se à casa do leitor. E a “casa” a que se refere o texto visual (não verbal) – ao meio ambiente. O texto como um todo se refere ao Planeta Terra, ao nosso mundo. Está na hora de nós nos conscientizarmos e cuidarmos da nossa “casa”, na qual o homem vive. É dele que nós retiramos tudo o que nos mantém vivos e saudáveis. Tanto o texto verbal quanto o visual são coerentes, a mensagem se complementa. Eles tratam de nossos lares: nossa casa em que vivemos com nossa família e nosso Planeta, o meio no qual vivemos. E para continuar vivendo com dignidade é preciso que todos nós cuidemos dessa “mansão”. Concluindo, o assunto trabalhado nesse anúncio publicitário é muito coerente com a imagem, com a produção e a difusão do texto. A linguagem verbal completa a gravura. A harmonia do visual é solidária às palavras, tornando o texto coeso e coerente, cumprindo a finalidade para a qual ele foi produzido.

A produção textual - Crenças, teorias e fazeres

UNIDADE 16 A PRODUÇÃO TEXTUAL – CRENÇAS, TEORIAS E FAZERES

PÁGINA 179 – 180 ATIVIDADE 6 TP4

(“INTRADUÇÃO” Gabriel o Pensador)

O escritor faz uma brincadeira com os fonemas das palavras introdução e intra. Ao mesmo tempo em que se inicia na leitura e na escrita, assim é a introdução de um livro.
Cada um tem uma história a contar de como iniciou na leitura e escrita. Eis aqui a minha.
Desde muito criança, antes de ser apresentada às letras, achava fascinante alguém olhar as letras juntas e dar significado a elas. Nesse tempo gostava de cantarolar músicas conhecidas olhando textos em um caderno, só para que outras pessoas me vissem e dissessem: “Olha, ela já sabe ler!”. Um tempo passou, aprendi a ler, mas cadê os livros? Tive uma infância livre, feliz, de causar inveja a muitas crianças, porém faltaram livros. Lembro-me bem de umas poucas fotonovelas da minha tia. Era tudo o que eu tinha para ler. Lia-as, relia-as, por fim, comecei a observar expressões faciais, roupas dos personagens, ambientes. Como foi importante observar as cenas e associá-las às palavras! Como foi enriquecedor para meus conhecimentos esse contato mesmo com tão parca literatura! Foi decisivo esse princípio na leitura e serviu de estímulo para ser clara e objetiva em meus textos.

O processo da leitura

UNIDADE 14 O PROCESSO DA LEITURA

Página 93 TP4 ATIVIDADE 15

(CAPA DO LIVRO DE MILLÔR FERNANDES)

Na minha infância, era bastante comum o uso do termo “composição”. Naquela época, a professora nos dizia que era para criar ou “compor” nossos próprios textos. Atualmente, este termo caiu em desuso, são designados por “Redação” e mais especificamente “Produção de textos”.
Ao observarmos a capa do livro de Millôr Fernandes, podemos perceber através dos elementos verbal e não verbal que se trata de textos escritos por criança. Vemos um barquinho inocente, as palavras com deslize ortográfico, típico da infância, mostrando o menino, ainda, na literatura. Embora saibamos o grande escritor que hoje ele é, e seu estilo literário, os elementos da capa não me fazem ter expectativa de este livro ser “de humor” ou conter textos teóricos sobre questões da escrita infantil e muito menos a mim sugerem dados que esse livro seja para crianças. Imagino que nesse livro tenha coletâneas de textos dos tempos no primário, assuntos de que mais gostava, observações de tudo que cercava o nosso referido escritor.
O que me atrai mesmo nesta capa do livro é a ortografia, porque o início é igual, mesmo os renomados escritores começaram com seus deslizes lexicais, mas não deixaram de escrever. Não permitiram que os retoques “vermelhos” ou palavras repressoras matassem a liberdade e o desejo de escrever suas emoções e sentimentos do mundo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Unidade 10 Trabalhando com gêneros textuais

Atividade 2 TP3 Gênero literário e não-literário página 59

Texto: Lavadeiras de Moçoró (Carlos Drummond de Andrade)
As lavadeiras de Moçoró, cada uma tem sua pedra no rio; cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando as águas no tempo. As pedras têm um polimento que revela a ação de muitos dias e muitas lavadeiras. Servem de espelho a suas donas. E suas formas diferentes também correspondem de certo modo à figura física de quem as usa. Umas são arredondadas e cheias, aquelas magras e angulosas, e todas têm ar próprio que não se presta a confusão.
A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se unifica ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que a pedra a acompanha em surdina. Outras vezes, parece que o canto murmurante vem da pedra, e a lavadeira lhe dá volume e desenvolvimento.
Na pobreza natural das lavadeiras, as pedras são uma fortuna, jóias que elas não precisam levar para casa. Ninguém as rouba, nem elas, de tão fiéis, se deixariam seduzir por estranhos.
(retirado de Contos Plausíveis)

“...cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta,...” com essas palavras, o autor nos fala da hereditariedade das pedras do rio,como se elas fossem um complemento do lar, uma identidade da família. Tanto é assim que as lavadeiras descritas pelo autor: gordas, volumosas ou magras, retas, esguias, correspondem à descrição das pedras: arredondadas, cheias, outras magras e angulosas. Demonstrando-nos que uma é o espelho da outra. Elas se formam, se unificam. O tempo é o fator relevante para que haja interação e cumplicidade entre as duas. Embora tenham massa corpórea diferente, elas se complementam e se respeitam como nesse trecho: “Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que a pedra a acompanha em surdina. Outras vezes, parece que o canto murmurante vem da pedra, e a lavadeira lhe dá volume e desenvolvimento.”
Mesmo que esse texto apresente a forma em prosa, é um texto literário, porque utiliza uma linguagem prazerosa. As palavras foram empregadas em sentido figurado, escritas com emoção como em algumas expressões: “vão passando as águas do tempo; servem de espelho; ente especial; canto murmurante, as pedras são uma fortuna, jóias...” e entre outras mais. Se o autor não tivesse usado “imagens”, tivesse usado outras palavras para falar sobre o trabalho das lavadeiras de Moçoró, o texto deixaria de ser literário, porque perderia o encanto. O leitor perderia a liberdade de imaginar, porque, antes, fora seduzido pelas palavras conotativas, prazerosas. Então, o texto passaria a ser informativo, relataria apenas o trabalho difícil, frio das lavadeiras do rio Moçoró.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gênero literário e não literário

Unidade 10 Trabalhando com gêneros textuais

Atividade 1 TP3

Gênero literário e não-literário página 58


Profissão de fé Olavo Bilac

[...]
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.

[...]

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.

[...]

O poema transcrito acima é um fragmento de Profissão de fé de Olavo Bilac cujos versos possuem rimas tradicionais. Comparando-o com o trecho de José, concluímos que as rimas desse poema não são clássicas porque não há preocupação com a forma, com a ‘arte só pela arte’, com o purismo e o preciosismo lexical, em que a obra é vista como resultado do esforço do artista. Embora o trecho do segundo poema não tenha o padrão clássico de rimas poéticas, ele pode ser considerado poético pela disposição das palavras em versos, pelo jogo de sentidos que a linguagem desempenha no poema, pelo ritmo marcante das interrogações que levam o leitor a refletir e questionar o beco sem saída que o homem se encontra no mundo.
Não é comum encontrar em textos escritos as repetições usadas nesse poema. Ao utilizá-las, o autor trouxe para a sua obra suas indagações sobre o estar no mundo, a falta de saída, a ausência de sentido que a Modernidade traz. O nome simples e comum José, pode ser confundido com qualquer outra pessoa que continua sua caminhada.